Até uma gota d'água consegue se diferenciar das outras em meio a uma imensidão sem fim de gotas iguais...Mas por que nós, seres humanos, instituídos por uma razão e uma pretensa capacidade de pensar, insistimos tanto em sermos iguais uns aos outros?

Vivo a diferença a cada suspiro meu, a cada gota de suor, a cada raio de sol, a cada novo luar, a cada sinapse neurótica de meu cérebro, a cada instante, a cada momento, a cada sempre...

Viva a diferença, não ao estereótipo!



"Ser poeta não é ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho."

Fernando Pessoa

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Vai-se longe o tempo


Vai-se longe o tempo
em que eu era companheiro da madrugada
e ela minha amante predileta.

Dista-se o tempo
em que eu - noites enluaradas –
perdia-me nos rabiscos
(que eu mesmo tecia às paredes frias e caladas)
de velhas canções de amor.

Vai-se longe o tempo
em que o amor era companheiro inegociável
e a esperança sua irmã gêmea.

Hoje sou apenas rabiscos do que fui
poeta de outrora em debandada
rio que se recusa deitar-se ao mar
carinho latente que não flui
incerta lágrima desditada
esbelta lástima ao luar...

Contudo, como se não me bastasse,
nunca vi uma (verdadeira) poesia
que não me abalasse ou me deixasse
os olhos úmidos... de alegria!

07.fev.2012

Um comentário:

  1. Que dizer? Nada... Estou sentindo a poesia e isso me basta ao ponto de me fazer voltar. Aguardo atualizações no Blog. Um abraço, poeta!

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