Até uma gota d'água consegue se diferenciar das outras em meio a uma imensidão sem fim de gotas iguais...Mas por que nós, seres humanos, instituídos por uma razão e uma pretensa capacidade de pensar, insistimos tanto em sermos iguais uns aos outros?

Vivo a diferença a cada suspiro meu, a cada gota de suor, a cada raio de sol, a cada novo luar, a cada sinapse neurótica de meu cérebro, a cada instante, a cada momento, a cada sempre...

Viva a diferença, não ao estereótipo!



"Ser poeta não é ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho."

Fernando Pessoa

sábado, 5 de setembro de 2009

Meu corpo me pertence

Um escarro, um beijo, um arroto.
Catarro, cheiro de peido, peixe morto.
Casca de ferida, sangue, um corte na língua.
Uma mosca sem vida, pus e uma íngua.

Meu sangue foi batido no liquidificador:
cago angústia, espirro melancolia, escarro dor,
Meus sentimentos são minhas excreções:
transpiro amores, durmo agonias, suo paixões.

Purulento, desce melífluo meu catarro.
Sua queda insiste em não cair.
Tem um tom amarelento meu escarro.

Sentimentos que cheiram à morte.
Amo meus dejetos. Vivo pra expeli-los.
Minhas excreções são o que mais me pertencem.

20.jul.2009

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