Escaninho e minúncia da loucura, errância e escrutínio da desrazão,
rede de conexões, produto e proliferação de psicopatologias,
morte simbólica do homem normal, nascedouro da normalização.
Eis, sem complicados algarismos, o funcionamento da psiquiatria.
Instituição estabelecedora de alucinações, demências e delírios,
pérfida ilusão, falácia das quimeras, fabulação dos desvarios.
Algoz das subversões, das singularidades e dos imprevistos,
traidora da diferença, captura da não-referência e dos não-ditos.
O que criaste foi um mundo o qual pudesse te servir:
transformaste o outrora 'louco' em 'doente mental',
decompuseste a força humana em cooptações à normalidade.
Fizeste do homem mero fantoche de uma vida sem porvir.
Classificaste os viveres, ampliando o espaço do hospital
Regulaste os sujeitos dentro de processos sem singularidade...
25.maio.2011